quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

ADUBAÇÃO EM ORQUÍDEAS

SABEMOS O PORQUE E COM O QUE! Mas como funciona?


Primeiro vamos saber o que é adubação?
A adubação é a pratica que visa repor os nutrientes que são retirados do solo ( ou substrato) pelas plantas.
Sabemos que, em ambientes naturais existem vários maneiras da planta receber os nutrientes necessários, vindos pelo vento, por pássaros, etc, mas em casa ela não tem isso, por isso devemos fornecer o alimento (adubo) para elas!

Basicamente, temos 2 tipos de adubos: Orgânico e inorgânico.
O adubo orgânico provém de material vegetal ou animal, tendo o Carbono como componente essencial. Os adubos orgânicos liberam lentamente os nutrientes, uma vez que precisam ser mineralizados para poderem entrar na solução do solo/substrato e serem absorvidos pelas raízes.
Vantagem: uso a cada 3 meses.
desvantagem: esquecer a época certa de voltar a adubar, acidificação do substrato, formação de ambiente atrativo para pragas e doenças, além do aparecimento de mosquinhas...
O adubo inorgânico procedem de componentes minerais ou são sintetizados industrialmente, na forma granulada ou líquida, com teores definidos de cada nutriente... os chamados NPK ( àquele pózinho azul... se em pó)
DICA: adubar com a metade da dose semanalmente.
Vantagem: Fácil absorção, não tem problemas como as desvantagens do adubo orgânico.
Desvantagem: ... ainda não encontrei!

DICA: adubos usado para outros tipos de plantas NÃO servem para as orquídeas, devido à sua formulação!

A absorção dos nutrientes são absorvidos via radicular (raízes) ou foliar ( folhas). Vários e complexos mecanismos participam da assimilação dos nutrientes. eles passam por uma etapa, chamada mineralização e depois são solubilizados, ou seja, incorporados à solução do solo/substrato, de onde são absorvidos.

A quantidade de cada nutriente absorvido via de acordo com a necessidade requerida para o desenvolvimento da planta. A absorção é direcionada para diferentes partes da orquídea, via xilema ( vasos condutores da seiva bruta) e a seiva elaborada é distribuída pelos floemas - Os dois formam o feixe vascular.



Mas, existem alguns fatores que afetam a disponibilidade dos nutrientes no solo/substrato.
Entre eles estão:
1- AERAÇÃO: o oxigênio é fundamental nos processos biológicos oxidativos que geram energia para as células das raízes;
2 - TEMPERATURA: a temperatura do solo/substrato tem um efeito nas atividades metabólicas das raízes e também afeta a mobilidade dos íons na solução do solo/substrato. Em temperatura muito baixa, a absorção dos nutrientes cai consideravelmente.
3 - pH: a ionização dos minerais depende da concentração de hidrogênio na solução. 
Condições muito ácidas ou alcalinas inviabilizam a maioria dos cultivos.
4 - MATÉRIA ORGÂNICA: aumenta a capacidade de retenção de água;
5 - IDADE DAS FOLHAS E RAÍZES: as raízes e folhas novas são mais eficientes para a absorção. 
6 - LUZ: a luz determina uma maior ou menor abertura dos estômatos ( boquinhas que absorvem os nutrientes - veja foto acima).
7 - UMIDADE: a planta bem hidratada tem flexibilidade para abrir e fechar os estômatos. 
* Planta desidratada quase não absorve nutrientes.

Existem muitas recomendações de como adubar, o que usar... até receitas milagrosas! 
Alguns aconselham a adubar toda semana com 25 ou 50% do recomendado pelo fabricante, e isso é feito por 3 semanas, sendo que na 4.ª semana não se aduba e o substrato é lavado para eliminar os sais. Já vi até recomendarem adubar com uma "carga" máxima, uma vez na semana... e até adubar todos os dias, dividindo a quantidade que seria usada mensalmente...

Afinal, quem está certo?

O que costumo dizer no grupo ( Clube das orquídeas sem segredos): nosso Brasil é muito grande, com climas diferentes em todos os lugares... Vocês devem acompanhar o desenvolvimento de suas orquídeas e ir adaptando conforme suas necessidades. O importante é seguir as recomendações válidas para todos, ou seja: regar bem pela manhã e adubar no fim de tarde. Não confiem em fórmulas milagrosas! O sucesso no cultivo de alguém do SUL não, necessariamente, seria o ideal para alguém do NORDESTE! O ideal, é conhecer as necessidades do tipo de orquídea que você cultiva!
Batendo na mesma tecla... compre sempre orquídeas com a identificação delas, para então saber do que elas necessitam e como oferecer isso para elas!

Gerou dúvidas? O que fazer então!!!!
Temos que considerar que devemos cultivar as orquídeas, oferecendo a elas condições próximas ao que ela tem na natureza! É preciso definir em que estágio de desenvolvimento estão ( mudas, pré floração...). Se sua planta está no período de dormência, por exemplo, não adiantará adubar, é jogar dinheiro fora! E como saber? Conhecendo o tipo da sua planta!

Por que sempre bato nesta tecla???? Qual o tipo de orquídea!
Vejamos: as Vandas, por exemplo, necessitam de adubos ricos em Nitrogênio ( o N, do nosso NPK), já os Cymbindiuns não florescem ou a qualidade de sua floração é ruim, se a adubação com maior teor de Nitrogênio, não seja feita no momento certo ( ou seja, no início da primavera). Para os Dendrobiuns florirem precisam ter o período de dormência, sem adubação ou com uma qtde mínima.

Vou tentar ajudar à vocês com este esquema de adubação para plantas ADULTAS, conforme seu estágio de desenvolvimento:

1- FLORAÇÃO: Época mais que esperada por todos os cultivadores! Não há necessidade de adubação nesta época ou, se preferir, adube com o mínimo.

Mini Phalaenópsis - Cultivo Tati

2 - PÓS FLORAÇÃO: após caírem as flores, iniciar com adubo de MANUTENÇÃO ( 10-10-10, por ex), até surgirem novos brotos, então ela entra em BROTAÇÃO ( ver na sequencia).
DICA: após a floração podemos transplantar e aproveitar está época para realizar uma limpeza geral de raízes, palhas secas, ect.

C Barbantiae - Cultivo Tati

3 - REPOUSO/DORMÊNCIA: Também não necessita aduba

Dendrobiuns - Cultivo Tati

4 - BROTAÇÃO: é o início de um novo ciclo e sinal de que estamos cuidando certinho, surgem novas raízes e brotos. Agora o elemento mais necessário é o NITROGÊNIO, o N do nosso NPK, ou seja, a formulação deve conter o primeiro número maior ( ex: 30-10-10).

Raízes novas - Cultivo Tati

Raízes e brotos novos - Cultivo Tati


5 - PRÉ - FLORAÇÃO: Quando surgirem espatas, hastes florais, em fim... quando há evidência que botões florais, tem que se aplicar adubo com maior concentração de POTÁSSIO E FÓSFORO) para fortalecer a floração - o K e P da formulação NPK, ex: 10-30-20.
C forbesi - Cultivo Tati

Zygopetalum - Cultivo Tati


Vamos supor que você tem várias espécies e com diferentes estágios de desenvolvimento... o que seria difícil reconhecer, por ser nova no cultivo... 
MINHA DICA: Ou você separa as orquídeas por fases, ou aduba semanalmente com metade da dose e com adubo somente de manutenção; NPK 20-20-20, por exemplo.

Espero que tenham gostado e aprendido um pouco mais!

Curtam, comentem, compartilhe, assim me anima a prosseguir... rsrsrsrrsrs

Orquibeijos









sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

APRENDENDO SOBRE AS FOLHAS DAS ORQUÍDEAS

PORQUE É IMPORTANTE CONHECER AS FOLHAS?


Em botânica, as folhas são órgãos das plantas especializados na captação de luz e trocas gasosas com a atmosfera para realizar a fotossíntese, transpiração e a respiração.
As folhas possuem três estruturas diferentes:

  • Bainha - estrutura que liga a folha ao caule;
  • Pecíolo - estrutura, semelhante a um pedúnculo; e
  • Limbo - a parte laminar ou mais evidenciada da folha.

Em algumas plantas, as folhas podem não apresentar uma ou mais destas estruturas.
As trocas gasosas entre a folha e o meio ambiente são efetuadas principalmente através de pequenos orifícios na epiderme chamados estômatos, que são formados por duas células em forma de rim ou feijão, que podem controlar a abertura e fecho para, por exemplo,reduzir a transpiração. Os estômatos são geralmente mais numerosos na parte inferior da folha.
Nas orquídeas, as folhas possuem as mais diversas formas, espessuras, estruturas, quantidades, cores, tamanhos e maneiras de crescimento. Entretanto, a grande maioria apresenta folhas com enervação paralela de cruzamentos dificilmente visíveis. Estão dispostas, normalmente, em duas carreiras opostas e alternadas em ambos os lados do caule.

Filotaxia
Filotaxia é o padrão de distribuição das folhas ao longo do caule das plantas. Grande parte das orquídeas apresentam apenas uma folha por nó, e na axila de cada uma está localizada a gema lateral. Além disto, na grande maioria das orquídeas, a forma de inserção das folhas no caule é alternada. Claro, existem outras formas, porém esta é a mais comum.



Filotaxia das orquídeas: folhas alternadas
O número de folhas que o caule de uma orquídea pode ter varia entre uma e várias, sempre respeitando um número relativamente definido dentro do grupo a qual a orquídea pertence. No caso das monopodiais, o número de folhas é sempre indefinido, dependendo do seu crescimento.



Outras filotaxias – na ordem: opostas cruzadas, opostas dísticas e verticiladas


Forma (SHAPE na foto) das lâminas foliares
Quanto à forma das lâminas foliares, as orquídeas podem ter folhas:
·         Circular;
·         Elíptica;
·         Lanceolada;
 ·   obovada (quando a parte mais estreita da lâmina foliar se encontra perto do pecíolo ou da Bainha)
·         linear;
·         espatulada;
·         oblonga;
·         intermediária entre as formas acima.
Ponta das folhas
Quanto à forma da ponta das folhas, as orquídeas podem ser:
·         arredondada;
·         reta;
·         acuminada;
·         fina;
·         espessa;
·         radial;
·         desigual.
 Margens (MARGIN na foto)
As margens das folhas das orquídeas são suaves, parcialmente curvas, raramente denticuladas ou ciliadas.
Suave
Denticulada
Ciliadas

Quanto a coloração:
  • maculada;
  • bicolor;
  • variegada;
  • listrada;
  • concolor.
Sustentação
A estrutura das folhas pode apresentar pecíolo ou não, com diferente número de enervações longitudinais paralelas, bastante visíveis ou quase imperceptíveis a olho nu. O pecíolo (por vezes também denominado estipe) é um caule que fica entre a bainha e o limbo ou lâmina das folhas. Quando as folhas possuem pecíolo elas são consideradas folhas completas. Quando as folhas não possuem pecíolo, chamam-se folhas sésseis. Em outras, quando o pecíolo se liga diretamente ao centro do limbo, chamam-se peltada.

Espessura e cor

A espessura das folhas das orquídeas varia entre muito finas e maleáveis, carnosas e firmes e inteiramente suculentas. Sua cor normalmente varia entre as mais diversas graduações da cor verde. Entretanto, podem também ser vermelhas, marrom escuro, de tons acinzentados, azulados ou amarelados. Além disto, algumas espécies apresentam folhas maculadas, estriadas ou pintalgadas por cores diversas. Normalmente possuem superfície brilhante, mas ainda podem ser foscas ou com aparência farinosa.

Outras características

A maioria das espécies de orquídeas conserva suas folhas por alguns anos. Outras perdem as folhas logo após o período de crescimento, ou seja, caducam, entrando em estado de dormência que podem, muitas vezes, ser sucedido por florações. Via de regra, quando a planta entra em estado de dormência, as regas e adubações devem ser suspensas ou reduzidas consideravelmente, dependendo da espécie. Os Catasetuns e Cyrtopodiuns são exemplos de espécies cuja folhas caducam em um determinado período do ano.
Ainda há aquelas que perdem as folhas apenas em condições ambientais desfavoráveis. Existem alguns gêneros nos quais as folhas são apenas rudimentares, dando a impressão de serem constituídas apenas pelas raízes e flores. Nestes casos as raízes são responsáveis pela fotossíntese. Por fim, curiosamente, algumas espécies são desprovidas de clorofila nas folhas.

Folhas modificadas ou reduzidas

Existem outros tipos de folhas de orquídeas, incompletas ou modificadas, que não estão ligadas diretamente com a fotossíntese. A função destas folhas é proteger os brotos novos ou as hastes florais, além de prover a atração de polinizadores em alguns casos.

Folhas que protegem os brotos

A folha que recobre um broto em estágio de desenvolvimento é composta de uma bainha de folhas ou folhas bem reduzidas. Em geral, costumam ser mais duras, garantindo proteção aos novos brotos em formação, ainda muito frágeis e tenros. Brotos em formação são muito visados pelas pragas e mais suscetíveis a doenças. Quando estes brotos atingem a maturidade, essas folhas tendem a secar e cair. Em alguns casos permanecem na planta, aparentando uma palha, podendo torna-se abrigo para. Nestes casos, é recomendado que sejam completamente retirados após secarem.

Brácteas

Brácteas são estruturas foliáceas associadas às inflorescências das Angiospermas. Têm origem foliar e a função original de proteger a inflorescência ou as flores em desenvolvimento. Nas orquídeas, tem o papel de preparação da planta para o período reprodutivo. Pode assumir diversas formas, tamanhos e funções, sendo a mais comum a proteção, chamada espata.

Espatas

Espatas são um tipo de bráctea fechada que garante a segurança das hastes e botões que ali se desenvolvem. Possuem uma região mais frágil que permite que os botões ou haste a rompam sem muitas dificuldades. Algumas orquídeas podem apresentar espatas duplas ou simplesmente não apresentar espatas.
Pode acontecer de plantas florescerem com espatas secas ou com espatas verdes. Nestes casos, é bom conhecer a espécie para saber se ela floresce com espata seca ou verde, pois o orquidófilo mais desavisado poderá remover uma espata assim e acabar perdendo uma floração.

Referências

·         wikipedia.org – folha
·         wikipedia.org – pecíolo
·         wikipedia.org – filotaxia
·         wikipedia.org – bráctea




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